SOBRE
Desde o séc. XIX os acervos arquivísticos vem ganhando projeção simbólica e material tanto em suas composições, como quanto ao uso feito dele. Inicialmente ligados à ideia de “celeiros da história”, serviam de arcabouço aos interesses econômicos e políticos ligados a grupos hegemônicos de poder, negligenciando ao “esquecimento” todos os demais agentes históricos tidos como irrelevantes.
Especialmente após a 2ª metade do séc. XX esta visão foi sendo transformada, ao menos na aparência, dotando o tratamento dispendido a esses conjuntos documentais de aparato técnico que os habilitava a uma suposta neutralidade, servindo aos interesses burocrático-administrativos mais imediatos, relegando os anseios da sociedade civil em geral a um plano menos relevante.
Não por acaso, muitas instituições privadas passaram a criar seus centros de documentação e memória, fosse para garantir a perpetuação de grandes personalidades empreendedoras, com seus casos empresariais de sucesso, fosse para permitir o não esquecimento das lutas e organizações reivindicatórias advindas dos movimentos sociais organizados sob as mais variadas bandeiras político-ideológicas, econômicas, étnicas, gênero… tornando-se verdadeiros espaços de resistência, capazes de subsidiar pesquisas históricas e construção de memórias acerca de grupos tradicionalmente negligenciados ou propositalmente silenciados.
Compreender a composição desses acervos e saber trata-los tecnicamente mostram-se tarefas fundamentais a qualquer pesquisador, tornando-o capaz de perceber as “presenças nas ausências” e como, se por um lado, a existência de conjuntos documentais podem ser reveladores, a ausência deles também.
A importância disso reside no fato de a maior parte dos pesquisadores ignorarem as especificidades desses acervos, com suas realidades orgânicas e técnicas.
OBJETIVOS
tratar de temas ligados à organização e descrição de arquivos; seu tratamento, avaliação e conservação documental, assim com a criação de instrumentos digitais/ analógicos tanto para facilitar a pesquisa como difusão/ acesso à informação.
familiarizar os participantes com a terminologia e a prática arquivística, possibilitando melhor rendimento de suas atividades de pesquisa documental e profissionais, subsidiando os participantes com referências mínimas a respeito da teoria e prática relacionada à seleção, tratamento e disponibilização de acervos documentais.